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Setor de transporte teme impactos das cheias

As fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul entre o final de abril e os primeiros dias de maio provocaram enchentes históricas, causando mais de 100 mortes e deixando milhares de gaúchos desalojados. O rastro de destruição impactou diversas atividades econômicas, dentre elas o setor logístico. Queda de pontes, deslizamentos de terra e pistas inundadas, entre outros problemas, deixaram diversas cidades isoladas. Importantes rotas de escoamento da produção gaúcha foram atingidas, prejudicando o transporte de cargas.

“Já estávamos com frete defasado, com altos tributos atribuídos à alta carga trabalhista e com a desoneração da folha de pagamento. Com isso tudo, com essa situação, com as empresas paradas, o transporte parado e com os transportadores arrasados, vejo no horizonte graves problemas a nível Brasil, pois o Rio Grande move grande parte do transporte e da economia brasileira”, alerta o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Rio Grande do Sul (Setcergs), Sérgio Mário Gabardo.

Segundo balanço divulgado na sexta-feira (10/05) pelo governo do Estado, foram registrados 170 pontos de bloqueios em 79 rodovias estaduais. As estradas federais também foram atingidas, inclusive a saída de Porto Alegre via BR-290, o que cortou o acesso entre a Capital e a Zona Sul do Estado.

Ainda não é possível precisar a exata dimensão do estrago sobre a infraestrutura do Estado. Primeiro, é preciso que as águas baixem, mas nas cidades da Região Metropolitana atingidas pelas cheias, por exemplo, os níveis dos rios seguem elevados. Inicialmente, o governo gaúcho anunciou a liberação de R$ 117 milhões para o início do restabelecimento da infraestrutura de rodovias à medida que a água for recuando. O Ministério dos Transportes, que já havia destinado R$ 1,7 bilhão para estradas federais no Rio Grande do Sul, se comprometeu com mais de R$ 1 bilhão para a reconstrução dos trechos danificados pelas chuvas e cheias.

O Setcergs vem se mobilizando para ajudar o setor e também a sociedade gaúcha. Trabalhadores e empresas de transporte e logística tiveram perdas causadas pelas cheias. “Infelizmente, estamos com problemas graves e os problemas graves maiores são os nossos colaboradores, que perderam tudo. Empresa que não tem colaborador não é empresa”, afirma Gabardo. Entre as iniciativas de apoio, o Setcergs lançou a campanha ‘SOS Rio Grande do Sul – Carreta Solidária’, na qual as empresas do segmento podem se cadastrar para ser ponto de coleta dos donativos para os atingidos pelas enchentes ou para transportar as doações aos municípios.

Diversas empresas já se engajaram na iniciativa. É o caso da Cooperlíquidos e da Transvrs, que disponibilizaram caminhões para transporte de água potável e outros donativos essenciais. A Modular, localizada em Canoas, disponibilizou a sede para abrigar famílias desabrigadas, e a Prata Vera Transportes mobilizou equipes para preparar lanches distribuídos à comunidade de Muçum. A Cincos Transportes Rodonaves disponibilizou caminhões para o transporte de oxigênio, fundamental para o funcionamento de hospitais e centros médicos.

“Estamos recebendo doações em mais de 300 pontos distribuídos por todo o Brasil. Além disso, estamos disponibilizando nossa estrutura e frota para o transporte dessas doações. Clientes e fornecedores têm nos procurado para auxiliar nessa logística tão importante neste momento. Fizemos a coleta de cilindros de oxigênio, que serão levados para a base aérea de Canoas, contribuindo assim para o suporte necessário às áreas afetadas pela tragédia. Infelizmente, neste momento enfrentamos dificuldades de comunicação com muitos de nossos funcionários na região. No entanto, continuamos comprometidos em auxiliar da melhor forma possível”, relatou o Gestor da Cincos Transportes/RTE Rodonaves Porto Alegre, José Antônio Cincos.

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  • 15.05.2024

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