Quando a crise nos bate à porta, uma série de preocupações tendem a desencadear-se, trazendo transtornos de várias ordens, pois a ameaça da perda desestabiliza o nosso status quo e nos impõe insegurança com relação ao futuro.
Para aprofundarmos melhor nessa questão, cabe aqui referenciar a psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross, uma senhora suíça autora do livro On Death and Dying, (Sobre a morte e o processo de morrer) no qual ela nos apresenta o conhecido Modelo de Kübler-Ross, propondo uma descrição de cinco estágios discretos pelos quais as pessoas passam ao lidar com uma perda. Tais fases se popularizaram e são hoje conhecidas mundialmente como “Os Cinco Estágios do Luto”.
Os cinco estágios das perdas são, a saber, nesta ordem:
1. Negação: “Isso não pode estar acontecendo.”
2. Raiva: “Por que eu? Não é justo.”
3. Negociação: “Deixe-me viver apenas até meus filhos crescerem.”
4. Depressão: “Estou tão triste. Por que me preocupar com qualquer coisa?”
5. Aceitação: “Tudo vai ficar bem.”, “Eu não consigo lutar contra isso, então é melhor me preparar.”
Mas, afinal, o que tudo isso tem a ver comigo, com a minha Empresa, com os meus negócios, com o meu trabalho e com a minha família?
Para responder essa pergunta, gostaria aqui de chamar sua atenção para a crise, que é, invariavelmente, sinônimo de perdas (com instabilidade do mercado, queda nas aquisições, posições em risco , valores inflacionadas, busca e trocas por valores menores ou marcas similares, etc.).
Traçando um paralelo com o modelo acima idealizado pela Sra. Elisabeth, podemos também nos enxergar como partícipes desse processo, já que estamos tentando lidar com privações impostas por esta situação político-econômica. Logo, cabe questionar: em que estágio você, a sua Empresa e os seus negócios se encontram?
Conheço muitas pessoas que, por não conseguirem reagir diante das perdas, estão há tempo vivendo em um clima de velório, não conseguindo se desvincular desse fúnebre local e buscar novas saídas, engendrar novos caminhos.
Quando o assunto é perda, não podemos nos dar o luxo de nos limitar ao estágio da lamentação. Precisamos ser objetivos, escalar os estágios e chegar o quanto antes na “aceitação”, pois é aí, e somente aí, que teremos chances de mudar, reciclar, inventar, criar, melhorar, aproximar, cortar, incrementar e, acima de tudo, acreditar que podemos fazer a mesma coisa de forma diferente.
Por isso, meu querido transportador, arregace as mangas e mãos à obra, ainda há tempo de fazer diferente o que você está fazendo igual! Em tempo de crises precisamos nos ver como pessoas que possuem uma grande capacidade de inovar. Como nos afirmou, no passado, o ilustre Steve Jobs: “A Inovação distingue os líderes dos seguidores”.
É prudente que saímos da apatia das perdas e inauguremos um novo e promissor projeto de novas realizações, portanto, comece a fazer gestão dos números, acrescente serviços, proponha parcerias e analise os custos.
Olhemos ainda, com seriedade e responsabilidade para as despesas: coloque metas de redução, inclusive dos números economizados, premie as pessoas, remunere elas com um percentual do montante economizado, incentive e apoie as ideias, etc.
Se necessário for, realize investimentos pontuais que visem a coibir os desperdícios, se apoie em recursos sistêmicos (em especial em software específicos), precisando os seus índices e antecipando os possíveis gargalos.
Calcule as margens, veja quanto lhe custa cada etapa do seu processo de transporte (coleta, transferência e entrega), prefira controles automatizados, consolide cargas, distribua os custos, meça a lucratividade, se preocupe com os retrabalhos, analise os ganhos, diminua os custos, etc.
Pense em aceitação e inovação. Isso será, com certeza, um grande divisor de águas para você e a sua transportadora!